3 de nov. de 2009

O garoto Buda


Milhares de peregrinos aglomeram-se na densa floresta do sul do Nepal para adorar um jovem de 15 anos que vem sendo considerado "o novo Buda". Há seis meses, Ram Bonjom está jejuando, sentado em posição de lótus, meditando debaixo de uma árvore.
Testemunhas dizem que vêem uma luminosidade irradiando-se da fronte do adolescente. Sobre o este fenômeno, Tek Bahadur Lama, membro do comitê responsável pela organização das peregrinações comenta:
"Parece um tanto com o brilho de uma tocha escondida que escapa pelas frestas dos dedos da mão."
O fluxo de visitantes cresce rapidamente: Bonjom tornou-se uma celebridade no mundo espiritual da Índia e do Nepal. O chefe do governo local, distrito de Bara, solicitou ajuda à capital, Kathmandu, preocupado com a assistência às multidões que se dirigem ao local. Além disso, pediu uma equipe de cientistas para examinar o caso. Os médicos que visitaram o menino não chegaram a uma conclusão definitiva, mesmo porque, não podem se aproximar de Bonjom mais que cinco jardas (cerca de 4,5 metros)entretanto todos confirmam que o rapaz está vivo.
O episódio tornou-se popular porque remete à vida do Buda Sakyamuni, o Buda histórico que nasceu a 257 quilômetros de Bara em uma época situada no ano 560 antes de Cristo. Buda atingiu Iluminação depois de passar 49 dias sob uma figueira. O jovem místico já ultrapassou, em muito, o tempo de meditação do Buda original com seus seis meses de devoção.
A mãe dele, chamada Maya Devi, como a mãe de Buda adimite que tem sofrido de ansiedade principalmente por causa do jejum prolongado do filho. Conformada, ela diz: "Deus o levou à floresta e eu tenho fé de que Ele o alimentará. Ram emagreceu muito. Pela manhã, muito cedo, antes do sol aparecer, ele parece muito abatido, é como se não houvesse sangue nele mas ao nascer do sol ele começa emanar uma luz intensa".
O fervor dos devotos cresceu na segunda semana de novembro quando correu o rumor de que uma cobra havia mordido o jovem. Uma tenda foi montada em torno dele. Depois de cinco dias a tenda foi retirada e Ram Bonjom falou: "Digam às pessoas que não me chamem Buda. Eu não tenho a energia de Buda. Eu estou no nível 'rinpoche' (o que significa uma divindade inferior). A cobra me mordeu mas não preciso de remédios. Preciso de seis anos de profunda meditação."
Apesar de seus protestos, o "Buddha boy" já é famoso. Fotógrafos estão cobrando cinco rúpias por uma imagem do santuário onde o rapaz está instalado. Uma rede de comércio está se desenvolvendo no meio da selva. Atendendo às demandas dos peregrinos, ambulantes comercializam cigarros, incensos, amuletos e consertos em bicicletas. Algumas pessoas pagam duas mil e quinhentas rúpias, cerca de vinte libras, por um chá. Uma cerca foi construída em volta da árvore a fim de proteger Bonjom contra os avanços dos visitantes. Dizem as "más línguas" que os lamas (monges) já estão construindo mansões financiadas pelo dinheiro arrecadado com os peregrinos.

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