17 de mar. de 2010
Valéria Messalina
Valéria Messalina (em latim: Valeria Messalina Augusta, 17 (?) - 48) foi a terceira mulher do imperador Cláudio. Filha de Marco Valério Messala Barbato Suetônio, membro de uma família tradicional da aristocracia da República Romana, e de Domícia Lépida, casou-se com Cláudio em 38 d.C. e deu origem a dois filhos: Britânicus e Cláudia Octávia.
Índice [esconder]
1 Antecedentes históricos.
1.1 Um fato pouco observado antes da vida pública.
2 A história narrada por Tácito e Suetônio
3 Valeria Messalina, a antítese da figura descrita por Tácito e Suetônio
3.1 O divórcio de Messalina
3.2 A intervenção da Vestal Máxima e os últimos momentos de Messalina
4 Uma visão questionável de Tácito e Suetónio
5 Fonte
6 Bibliografia
7 Galeria
[editar]Antecedentes históricos.
O primeiro fato controvertido desta figura pública é com relação a data de seu nascimento. Alguns historiadores apontam o ano de 17, porém é quase certo que tenha nascido entre os anos 20 a 25 d.C.. Por volta do ano 38, enquanto Calígula era o imperador, Messalina casou-se com Cláudio, um homem que beirava os cinqüenta anos. Desnecessário salientar que o casamento com Cláudio foi meramente político, sem nenhum amor ou paixão nutrida por parte de Messalina. Em verdade, a família de Messalina estava interessada na possibilidade de Cláudio vir a se tornar, como de fato se tornou um imperador.
Marco Valério Messala Barbato Suetônio, pai de Valéria Messalina.
Aliás, poucos aspectos eram atrativos de Cláudio. Além da idade avançada, Cláudio possuía uma deficiência física na perna direita, além de uma desagradável tendência de cuspir enquanto falava. Costumava adormecer, após os almoços, à mesa, enquanto os presentes atiravam-lhe detritos para humilhá-lo. Disse Sêneca: “sua expressão era de certa forma ameaçadora, sacudia a cabeça continuamente, arrastava o pé direito... e emitia, babando, um resmungo confuso e incompreensível... sua voz não tinha nada de humano... Hércules, vendo tal monstro, pensou que ainda lhe restasse um décimo terceiro trabalho a cumprir. Mas depois, olhando-o melhor, convenceu-se de que estava diante de um meio homem” . Após o casamento, Messalina e Cláudio estabeleceram-se na casa do Palatino, que Cláudio já ocupara antes do matrimônio, a qual ficava próxima da morada do imperador Calígula.
Cláudio era o único parente masculino na linha de sucessão direta de seu sobrinho, o imperador, já que Calígula matara todos os outros. Isto fez com que lhe aflorasse um sentimento de tensão e desconfiança latente, frente aos mandos e desmandos daquele. Nesta época, Messalina estava grávida de Cláudia Octávia, e Cláudio passava a ser usado pelos conselheiros do imperador a confrontar seu sobrinho. Oportunidades não faltavam para Calígula matar seu tio, mas não se sabe por que isto nunca ocorreu. Por volta do ano 40, nasce a primeira filha do casal, Cláudia Octávia, que mais tarde viria a ser Octávia Neronis, mulher do imperador Nero.
Detalhe de estátua de Cláudia Octávia, filha de Messalina.
Nesta época, Calígula encontrava-se em campanha militar fora de Roma. Contudo, em que pese a distância, as sandices do imperador chegavam aos ouvidos dos romanos, deixando Cláudio cada vez mais apreensivo, quase neurótico. Em 40, começavam a eclodir movimentos contra o imperador, sintetizado nas palavras e ideais de Flávio Josefo: somente com a morte do imperador Calígula, haveria a restauração da autoridade da lei, a segurança dos cidadãos e a tranqüilidade pública romana. Cláudio estava alheio a estes movimentos mesmo porque sua esposa Messalina, em 41, ano em que Calígula foi assassinado, estava prestes a dar a luz ao segundo filho do casal: Britânicus .
Detalhe de estátua de Tibério Cláudio César Britânico, filho de Messalina.
Em janeiro de 41, com a morte de Calígula, o povo, inseguro com a notícia, temendo que fosse mais um ardil do então imperador, começou movimentos revoltosos por toda a Roma. Os conspiradores, desejando a total ruptura com o que Calígula representava, de forma desumana, dilaceraram Milônia Caesonia (ou Cesônia), então mulher do finado imperador, e sua filha, um bebê, Drusilla.
[editar]Um fato pouco observado antes da vida pública.
Poucos conhecem o fato de que Agripina Minor ou Agripina, a jovem, futura quarta mulher do imperador Cláudio, foi exilada de Roma pelo então imperador Calígula, por conta de uma conspiração contra sua vida. Passou cerca de 10 anos no referido exílio, voltando por volta do ano de 45. Ao embarcar neste exílio, Agripina confiou aos cuidados de Domítia Lépida, mãe de Messalina, o futuro imperador Nero. Agripina, passaria a nutrir um ódio contra a família de Messalina, primeiramente por não ter intercedido em seu favor perante Calígula e, mormente a isto, por não ter cuidado adequadamente de Nero, na época, com idade de aproximada oito anos. Em verdade, Domítia Lépida não se preocupou em dar uma educação adequada ao futuro imperador Nero, deixando-o ser criado pelos empregados e escravos em uma propriedade rural nos arredores de Roma. Além do fato de ser Agripina ambiciosa por natureza (já que desde a época de Calígula, já estava envolvida em tramas políticas), o ódio desencadeado contra a família de Domítia Lépida acabou por, mais tarde, culminar na morte de Messalina.
[editar]A história narrada por Tácito e Suetônio
A sua reputação entre os historiadores do período clássico não é das melhores. Tácito e Suetónio descrevem-na como uma mulher cruel e ambiciosa, com enorme influência sobre o marido que incentivava a executar quem lhe desagradava. Dizem, também, ter sido uma adúltera promíscua, dada a casos escandalosos, que só a confiança cega que Cláudio tinha nela a defendia. Em 48, Messalina teria arriscado levar em frente um plano para assassinar o imperador e substituí-lo pelo amante de então Caio Sílio, contando com o apoio da população romana. Como nunca foi astuta politicamente Messalina não percebeu que Cláudio até era popular junto dos romanos, pelo menos muito mais que ela própria. A conspiração foi desvendada por Narciso, o secretário de Cláudio. Messalina, Caio Sílio e os outros conspiradores foram presos e condenados à morte. O seu estatuto de imperatriz permitiu-lhe a opção do suicídio, mas como não conseguiu acabar com a sua vida foi executada. Depois da sua morte, Cláudio casou com a sobrinha, Agripina, a Jovem.
[editar]Valeria Messalina, a antítese da figura descrita por Tácito e Suetônio
Valéria Messalina e os seus dois filhos
As fontes históricas continuam a ser Tácito e Suetônio. Contudo, dada algumas inconsistências da história por eles narrada - o que se verá em seção própria - os historiadores procuraram alinhar os fatos incontroversos dentro de uma história que, hoje, se reputa mais próxima da realidade de Messalina.
Messalina assumiu o maior posto de uma mulher romana com uma idade inferior a 20 anos. Cláudio, a estas alturas, já possuía aproximadamente 55 anos de idade (idade muito avançada para a época, dadas as condições médicas e de higiene): provecto. Cláudio, não teve educação adequada à sua linhagem real (por causa de seus defeitos físicos, e porque era um dos últimos na linha de sucessão de Calígula, sucessão esta que ocorreu porque o imperador assassinou todos à frente de Cláudio), de maneira que o futuro imperador teve que se dedicar à sua própria educação. Por conta desta dedicação, quando assumiu o Império Romano, Cláudio era um governante preparado, e como de fato acabou por exercer um excelente governo. Contudo, Roma tomava muito tempo do imperador Cláudio, deixando a esmo sua mulher, Messalina, e seus dois filhos. O casamento de interesses forjado pela família de Messalina com Cláudio começava a dar sinais de que não ia muito bem. Messalina, ao contrário do que dizem, não parece ter tido grandes interesses políticos: não era uma figura de grande expressão na sociedade romana. No início, seus interesses restringiam-se apenas à seus dois filhos, que tanto amou até o final de sua vida. Contudo, com o distanciamento do marido Cláudio, Messalina acaba por tentar buscar outras formas de satisfazer-se enquanto pessoa e enquanto mulher. Importante frisar que nesta época Messalina tinha por volta de 20 anos de idade, e estava atrelada a um casamento com um homem de mais de 55 anos de idade que não lhe dava atenção. Esta ausência da presença de seu marido deixou a jovem Messalina, inexperiente e manipulável que era, a mercê de figuras políticas próximas à Casa do imperador, dentre eles Narciso, um conselheiro do imperador. Narciso, juntando forças com Agripina Minor, mais tarde, desenvolveu papel fundamental no assassinato de Messalina.
Valéria Messalina e seu filho, estátua no Museu do Louvre.
É bem provável que Messalina tenha se envolvido em tramas de assassinatos, alguns com fins muito mais passionais do que políticos, e outros, no entanto, por força de manipulações. Narciso foi, sem dúvida, o maior dos interessados por detrás dos atos de Messalina.
Foi neste ambiente de ausência marital que Messalina, um dia, nos jogos, conheceu seu primeiro amor: Mnesteu, um ator, que tinha um relacionamento passado com Calígula. O ator mostrou à moça o lado oculto de Roma, fazendo-a entrar de cabeça em uma diferente vida. Tem-se notícia que o mal-afamado ator não correspondeu aos sentimentos de Messalina o que, possivelmente, gerou em Messalina uma forte depressão com exacerbação destrutiva voltada para o sexo. Vem daí a fama da então Imperatriz. Era impossível para Cláudio não conhecer sobre os atos Messalina. Contudo, nenhuma providência tomava talvez por culpa de seu afastamento do lar; talvez por afeto à esposa; talvez por interesses político ou comodidade; ou por todos estes fatores juntos.
Por volta do ano de 47, Messalina, envolta em uma grave depressão, conheceu o recém-nomeado consul Caio Sílio. Não se sabe exatamente como ela o conheceu, mas o que se sabe é que ele seria o segundo e último amor de sua vida, que a faria esquecer definitivamente Mnesteu. Caio Sílio deve ter sido exceção à regra de idade para nomeação de consul (que era de 43 anos), mesmo porque Tácito não o adjetivaria de “o mais belo de toda a juventude romana” um homem de quarenta anos de idade. Caio Sílio correspondeu ao amor de Messalina, não se sabe se por amor ou por interesses.
[editar]O divórcio de Messalina
Por volta do ano de 48, Agripina Minor, já perdoada do exílio, estava profundamente íntima de seu tio, o imperador Cláudio, face ao espaço que Messalina deixara. Em verdade, o casamento era mais do que nunca de aparências, já que Agripina Minor compartilhava o leito do Imperador; ao passo que Messalina passava a viver em sua antiga casa, a Casa de Palatino, com Caio Sílio. É fato que esta situação tomava rumos inadequados à posição de Cláudio: um imperador, traído por sua mulher, não era um fato muito bem recebido pelo povo romano. A trama ganha força quando Agripina Minor passa a manipular Cláudio: o imperador estava disposta a adotar Nero como filho, concorrendo ao trono com Britânico. Messalina não tinha pretensões políticas. Somente desejava se casar e viver feliz e em paz com seu amor, Caio Sílio, e com seus filhos, respeitado, contudo, o direito ao trono do jovem Britânico. Eis que Cláudio concedeu a Messalina o divórcio. Após o divórcio, Agripina Minor viu o caminho livre para levar a termo seus desejos: vingar-se da família de Messalina; transformar-se ela própria em imperatriz; e fazer Nero imperador de Roma, com a morte de Cláudio, preterindo o legítimo sucessor, Britânico. Messalina, ingênua politicamente, não percebeu as vantagens do divórcio concedido à Agripina Minor. Tão logo recebeu o divórcio, Messalina celebrou casamento com Caio Sílio. Agripina Minor, rapidamente, passaria a sugestionar ao imperador que, com o divórcio, Messalina iria matá-lo e assumir, ao lado de Caio Sílio, o trono romano. Cláudio, já completamente a mercê dos encantos de Agripina Minor e, ainda, com uma constante e latente desconfiança nascida da época que convivia com Calígula, aceitou como verdadeiras as palavras de sua futura quarta mulher. Não se sabe até que ponto Caio Sílio tinha, realmente, a pretensão de chegar ao trono romano. Contudo, ao que parece, tal pretensão, se é que existia, não era compartilhada (ou conhecida) por Messalina. Isto fica evidente com a intervenção da Vestal Máxima.
[editar]A intervenção da Vestal Máxima e os últimos momentos de Messalina
Casa no Palatino.
Messalina estava celebrando as núpcias nos Jardins do Palatino, como diz Tácito, “per domum” . Isto indica que Messalina nada tinha a temer de Cláudio, já que a festa era realizada nas redondezas do Palácio Imperial. Narciso, unido forças com a futura imperatriz Agripina Minor, buscava o fim da estirpe de Messalina, dando-lhe o golpe de misericórdia: Cláudio foi convencido que Messalina buscava o trono romano. A notícia de destacamentos pretorianos indo em direção à Palatino deixou todos apreensivos. A festa cessou e a multidão dissipou. Caio Silio tentanto escapar da ira do imperador, foi ao Senado Romano, onde mais tarde foi preso. Messalina dirigiu-se à residência de sua mãe, tendo em companhia seus filhos Claúdia Octavia com pouco mais de oito anos, e Britânicus, com aproximadamente sete anos.
Não se sabe ao certo como Vibídia, a Virgem Vestal Máxima, sacerdotisa maior do templo de Vesta, mulher que desfrutava da mais alta autoridade moral e religiosa, acabou por ter conhecimento do ocorrido com Messalina. O que se sabe é que a Virgem Máxima interveio em favor da ex-imperatriz, de certo porque Messalina não praticara nenhum crime de lesa majestade, nem tampouco de bigamia, já que quando se casou com Caio Sílio, havia se divorciado de Cláudio. Com a intervenção de Vibídia, Messalina e seus filhos procurariam ir à presença do Imperador desfazer a pena de morte imposta à ex-imperatriz. Vibídia tinha certa idade, e não conseguia caminhar de forma tão lépida quanto Messalina. Desta forma, para vencer a longa distância até onde se encontrava o imperador, um transporte seria necessário. Ninguém, contudo, estava disposto a ceder um meio de transporte à ex-imperatriz, com medo do envolvimento nos crimes que supostamente ela cometera. A humilhação final à ex-imperatriz Messalina e seus filhos, repartida com a maior Sacerdotisa Romana, foi usar como transporte um carro usado para recolher lixo. A carroça conseguiu interceptar o carro de Cláudio, que há pouco chegara à Roma. Vibídia solicitou diretamente ao imperador uma audiência, que achou melhor concedê-la assim que chegasse ao Palácio. Esta audiência nunca ocorreu. Messalina dirigiu-se à casa de sua mãe, aguardando a referida audiência. Os processos de execução foram sumariamente despachados pelo imperador, apressados por Narciso. Caio Sílio foi o primeiro a morrer.
No ano de 48, Messalina, nos jardins da casa de sua mãe, Domícia Lépida, soube de sua sentença de morte por crime de bigamia. À jovem de aproximadamente vinte e cinco anos cabia o direito ao suicídio. Não conseguiu, no entanto, tirar sua vida própria, vindo a ser executada, em seguida, por um pretor.
[editar]Uma visão questionável de Tácito e Suetónio
Alguns pontos da história narrada por Tácito e Suetónio são contraditórios em face da realidade. Observe-se, pois, os principais fatos que geram incosistência sobre a história de Messalina tal qual narrada por estes historiadores:
Messalina casou-se, com idade de aproximadamente 15 anos, com Cláudio, homem com idade aproximada de 50 anos.
Uma menina desta idade, criada para o lar, não tem ambições políticas.
O casamento de Messalina e de Cláudio foi puramente por interesse da família Messalla, já que Cláudio era o único parente vivo do então imperador Calígula.
Por outro lado, para Cláudio, o casamento também foi interessante dados os defeitos físicos e idade avançada. Além do que, Messalina era moça de uma importante família romana.
Cláudio tinha verdadeira neurose acerca de conspirações, já que Calígula era uma figura instável, em parte, justamente por conta de conspirações que nem sempre existiam.
Agripina Minor havia sido exilada de Roma por Calígula.
Agripina Minor culpava a Messalina e Cláudio por não ter intercedido em seu favor para evitar o banimento.
Não mais bastasse, Agripina Minor deixou aos cuidados de Domitia Lépida, mãe de Messalina, seu filho, Nero, cuidados estes que não foram adequados à melhor formação de um cidadão romano.
Cláudio não queria/podia dar atenção à sua jovem mulher, abrindo caminho à figuras manipuladoras, dentre as quais Narciso, conselheiro do imperador.
Com o afastamento de Cláudio, Messalina acabou por encontrar Mnesteu, um ator que mostrou à Imperatriz um lado obscuro e decadente de Roma.
Tendo em vista o amor não correspondido por Mnesteu (que provavelmente era homossexual), somada à distância de Cláudio, Messalina provavelmente (provavelmente?) entrou em depressão e mergulhou no mundo mostrado por Mnesteu.
Messalina se recuperou quando encontrou seu último amor, Caio Sílio que, não se sabe se por amor ou por interesses, lha correspondeu.
Agripina Minor, já há algum tempo regressada do exílio, notoriamente compartilhava o leito do imperador Cláudio. Messalina já, praticamente, passava a viver em sua antiga casa, o Palatino, próxima ao palácio imperial.
Cláudio concedeu à Messalina o divórcio.
Isto deixou Messalina à mercê da trama de Agripina Minor e de Narciso em colocar Nero na posição de imperador.
Agripina Minor e de Narciso sugestionam Cláudio que Messalina está envolta em uma trama para lhe dar fim e assumir o trono romano, ao lado de Caio Sílio.
Possivelmente, Caio Sílio realmente planejava um ataque ao imperador. Porém, tudo leva a crer que Messalina não estava envolvida e nem conhecia isto.
Messalina e Caio Sílio celebram bodas na Casa de Palatino.
Cláudio manda prender a todos os envolividos por crime de sedição/lesa majestade. Contudo, não há provas contra Messalina.
O mais importante fato desta história, ignorado por todos: a maior autoridade religiosa, a Vestal Máxima Víbídia intercede em favor de Messalina. É dificil conceber a intervenção de uma "papisa" em favor de uma mulher que, conforme descrita por Tácito e Suetónio, fosse maquiavélica, manipuladora, cruel e ambiciosa.
De fato, ao que parece, Messalina não cometeu crime algum de sedição/lesa majestade.
Sob a influência de Narciso, Cláudio "revogou" o divorcio concedido à Messalina e condenou-a por bigamia e lesa majestade.
A visão passada pelos historiadores Tácito e Suetónio fica prejudicada como fiel instrumento da verdade porque: 1. Ambos homens, com uma visão limitada dos direitos da mulher; 2. Ambos historiadores com profundos interesses políticos em enfraquecer o imperador e o império; 3. Ambos, possivelmente, suscetíveis a interesses de Agripina Minor.
Messalina não fica isenta de culpa de seus atos, se é que os praticou. Isto não a torna uma Santa. Mas com a verdade, cai por terra a caricatura que se faz de Messalina, que suportou, ao longo da história, nomes depreciativos dos mais diversos (desde ninfomaniaca, prostituta e meretrix augusta, envolta em politicagem, ambiciosa, etc.).
Diversas mulheres, ao longo da história, receberam alcunhas que nem sempre (ou quase nunca) refletiam sua pessoa: Maria Madalena, Joana D’Arc, Maria Antonieta, Ana Bolena, Maria I Tudor,enfim, figuras controversas (já que não ajustadas no padrão societário da época) com imagem distorcidas por pessoas com interesses opostos. A história é escrita por quem vence a guerra. (quem venceu a guerra da história foram os 'estoriadores' progressistas, infelizmente)
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Um comentário:
Messalina foi o que algumas artistas da Globo hoje em dia... Dormem com os governantes, com as figuras de destaque.... Xuxa x Pelé... Xuxa x Senna.... Claudia Raia X Collor... Marilia Pera x Collor.... e tantas outras e outras que estão a serviço da poderosa...kkkkkkkkkkkk
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