20 de jan. de 2010
Desmond Tutu
Desmond Mpilo Tutu nasceu em Klerksdorp em 7 de Outubro de 1931, sendo o segundo filho de Zacheriah Zililo Tutu, um professor, e de Aletta, uma cozinheira. A família de Tutu se mudou para Johannesburgo quando ele tinha apenas 12 anos de idade. Na cidade de Johannesburgo, Tutu conheceu Trevor Huddleston, chefe da paróquia de Sophiatown.
Apesar de Tutu ter o desejo de se tornar um físico, sua família não quis pagar os seus estudos de Física e Tutu resolveu seguir os passos de seu pai. Tutu estudou na Pretoria Bantu Normal College entre 1951 e 1953, quando foi para a Escola Normal de Joahannesburgo. Depois foi para a King's College de Londres onde adquiriu bacharelato em Teologia.
Em 1975, se tornou o primeiro negro a ser nomeado deão da catedral de Santa Maria, em Johannesburgo. Após ser sagrado bispo, dirigiu a diocese de Lesoto de 1976 a 1978, ano em que se tornou secretário-geral do Conselho das Igrejas da África do Sul. Sua proposta para a sociedade sul-africana incluía direitos civis iguais para todos; abolição das leis que limitavam a circulação dos negros; um sistema educacional comum; e o fim das deportações forçadas de negros.
Sua firme posição anti-apartheid – a política oficial de segregação racial – lhe garantiu, em 1984, o Nobel da Paz. Recebeu o título de doutor honoris causa de importantes universidades dos Estados Unidos (EUA), do Reino Unido e da Alemanha.
Em 1996 presidiu a Comissão de Reconciliação e Verdade, destinada a promover a integração racial na África do Sul após a extinção do apartheid. Esta comissão tem poderes para investigar, julgar e anistiar crimes contra os direitos humanos praticados na vigência do regime.
Em 1997 divulgou o relatório final da comissão, que acusa de violação dos direitos humanos tanto as autoridades do regime racista sul-africano quanto as organizações que lutavam contra o apartheid. Atualmente é membro do comitê de patrocínio da Coordenação internacional para o Decênio da cultura da não-violência e da paz.
[editar]Apartheid
Ao lado de Nelson Mandela, Demond Tutu foi uma das figuras centrais do movimento contra o Apartheid. Tutu iniciou centenas de protestos em locais públicos contra o governo sul-africano , mesmo assumindo posições altas no clero africano, Tutu continuou a lutar contra a segregação racial em seu país. Tutu acabou por despertar a fúria dos governantes sul-africanos quando os comparou aos nazistas e comunistas. Como resultado de seus esforços para promover a igualdade na África do Sul, Desmond Tutu recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1984.
Reconhecimento
Desmond Tutu já recebeu 4 prêmios internacionais por seu trabalho pela igualdade entre as raças:
Prêmio Nobel da Paz em 1984;
Prêmio Albert Schweitzer em 1986;
Prêmio Gandhi da Paz em 2005;
Medalha Presidencial da Liberdade em 2009;
Tutu também já foi condecorado Capelão da Ordem de São João pela Rainha Isabel II em 1995.[1]
Vida Pessoal
Em 2 de julho de 1955, Desmond Tutu se casou com Nomalizo Leah Shenxane, uma professora que ele conheceu durante a época colegial. Tutu e Nomalizo tiveram quatro filhos: Trevor Thamsanqa Tutu, Theresa Thandeka Tutu, Naomi Nontombi Tutu e Mpho Andrea Tutu, todos se formaram na Waterford Kamhlaba School na Suazilândia.[2]
Trevor Tutu, filho mais velho e mais polêmico de Desmond Tutu, causou uma explosão no Aeroporto de Londres em 1989 e foi detido. Três anos depois Trevor foi condenado por causar pânico em um avião da South African Airways no mesmo aeroporto, porém se recusou a pagar a senteça e só foi preso em Johannesburgo em 1997.
Naomi Tutu é a fundadora da Fundação Tutu baseada na cidade de Hartford no estado norte-americano de Connecticut. Naomi seguiu os passos de seu pai e ingressou no ativismo dos direitos humanos, sendo atualmente uma coordenadora da Fisk University de Nashville, Tennessee.[3]
Mpho Tutu tambéms seguiu os passos de seu pais na religião e em 2004 foi ordenada sacerdotiza por seu pai.[4]
Tutu no mundo atual
[editar]África do Sul
Desde o fim do Apartheid, Tutu é uma das figuras centrais da política sul-africana. Ao lado de seu amigo, Nelson Mandela, Tutu é respeitado por toda a população de seu país natal por sua luta incansável contra a segregação racial. Certa vez Mandela disse que "a voz de Desmond Tutu será sempre a voz dos sem vozes". Desde seu afastamento da política, Tutu têm mantido uma relação estreita com os políticos da África do Sul e têm feito duras crítcias ao governo, acusando os governates de corrupção e ineficácia para lidar com a pobreza e com os surtos de xenofobia recentes no país.[5]
Tutu também é muito crítico com a elite política do país e já chegou a dizer em um discurso público que o país estava "sentado num barril de polvora."[6]
As principais críticas de Tutu são de que o país não conseguiu amenizar os índices de pobreza uma década após o Apartheid. Tutu também não se conforma com a exclusão dos negros em alguns ambientes. Tutu ainda se mantém extremamente crítico com os governantes de seu país e os acusa de xenofobia e corrupção ativa.
[editar]Oriente Médio
Embora Tutu reconheça os judeus como participantes ativos da luta contra o Apartheid na África do Sul, Tutu se posiciona contra os conflitos na Palestina e o incentivo ao armamento bélico de Israel. Tutu compara a segregação israelita contra os palestinos a segregação racial que seu povo sofreu durante o Apartheid.
Em 1988, o American Jewish Committee (AJC) fez algumas observações sobre as críticas de Tutu e chegaram a conclusão de que Tutu se mostrou muito crítico com Israel e comparou os militares israelenses com os racistas do Apartheid. Tutu negou ter feito declarações antissemitas.[7], mas manteve sua posição contra os militares judeus e chegou a dizer que "o Sionismo é paralelo ao Apartheid e parecido com o racismo e o efeito de ambos é o mesmo".[8]
Durante os anos 2000, Tutu têm se mostrado menos crítico com Israel, mas ainda defende intensamente o fim dos conflitos na Faixa de Gaza. Em 2006, Tutu foi convocado pela ONU para ser o líder de uma investigação sobre os ataques israelenses contra a cidade de Beit Hanoun duante a Operação Chuvas de Verão. O estado de Israel não permitiu a entrada de Tutu no país até 2008.
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