26 de mar. de 2009

Babilônia



A cidade de Babilónia, que teve um papel significativo na história da Mesopotâmia, foi provavelmente fundada por volta de 3800 a.C.. O povo babilônico era muito avançado para a sua época, demonstrando grandes conhecimentos em arquitetura, agricultura, astronomia e direito. Iniciou sua era de império sob o amorita Hamurabi, por volta de 1730 a.C., e manteve-se assim por pouco mais de mil anos. Hamurabi foi o primeiro rei conhecido a codificar leis, utilizando no caso, a escrita cuneiforme, escrevendo suas leis em tábuas de barro cozido, o que preservou muitos destes textos até ao presente. Daí, descobriu-se que a cultura babilônica influenciou em muitos aspectos a cultura moderna, como a divisão do dia em 24 horas, da hora em 60 minutos e daí por diante.

Os arameus, assírios e os caldeus lutaram durante séculos pelo controle da Babilônia. O rei assírio Assurbanípal venceu a luta em 648 a.C., e foi sucedido por Nabucodonosor II.

A Babilônia teve início com o declínio do império de Sargão I. Era a capital dos amoritas (semitas, vindos do deserto da Arábia), que até então, era uma pequena cidade do Eufrates. Graças ao enfraquecimento dos Acadianos e posteriormente dos Sumérios, a Babilônia cresceu e evoluiu, tornando-se então, um império e um cobiçado centro comercial.

De entre os seus soberanos, o mais famoso foi Hamurabi (1792 a 1750 a.C.). O mais antigo e completo código de leis que a história registra foi de realização sua. Hamurabi também nomeou governadores, unificou a língua, a religião e fundiu todos os mitos populares em um único livro: a Epopéia de Marduk - que era lido em todas as festas de seu reino. Também cercou sua capital, fortificando-a.

A expansão dessa cidade se iniciou por volta de 1800 a.C., logo, o rei Hamurabi unificou toda a região que ia da Assíria (no norte), à Caldéia (no sul). A partir dessa unificação, surgiu o Primeiro Império Babilônico.

A Babilônia entrou em declínio após a morte de Hamurabi; o poderio da cidade foi balançado por invasões de povos indo-europeus, vindos da Ásia Central. Destacavam-se os cassitas, hititas e mitanos. Os cassitas estabeleceram-se nas margens do rio Tigre.

O poder cai nas mãos dos cruéis assírios, que formavam um poderoso império que se iniciou em 1200 a.C., até 612 a.C. quando Nabopolasar (da Babilônia), aliado aos Medos (povo que vivia no planalto iraniano), atacou Nínive, capital do Império Assírio, retomando o poder para a Babilônia, e se iniciando assim o Segundo Império Babilônico (ou Caldeu), que se tornou a mais notável cidade do Oriente.

Teve um extraordinário progresso econômico, o que permitiu por exemplo a construção de zigurates, as torres dos templos onde os sacerdotes observavam os astros.


[editar] Assurbanípal
Assurbanípal (reinou de c. 668 a 627 a.C.) foi o rei que mandou criar a biblioteca de tábuas de barro, escritas em linguagem cuneiforme, que, tendo muitas delas sido preservadas até aos dias de hoje, permitiu aos arqueólogos descobrirem muitos aspectos da vida política, militar e intelectual dessa grande civilização.

Essa descoberta deve-se ao arqueólogo Austen Henry Layard. A "Biblioteca Real" de Assurbanípal consiste de milhares de tabuinhas de barro e fragmentos contendo textos de vários tipos (inscrições reais, crônicas, mitologia, religião, contratos, cartas reais, decretos, documentos administrativos, entre outros) datando do sétimo século a.C. Este tesouro arqueológico foi encontrado em Kuyunjik (onde ficava Nínive, capital da Assíria).

Esses textos agora encontram-se, em grande parte, no Museu Britânico, em Londres.


[editar] Nabucodonosor II
Liderados por Nabucodonosor II (reinado de 604 a.C. a 562 a.C) (que também construiu os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo), os babilônios destruíram Jerusalém em 607 a.C., levando os judeus ao exílio babilônico. O rei persa Ciro, o Grande, conquistou a Babilônia em 539 a.C., anexando a cidade e libertando os judeus de seu exílio.


[editar] Alexandre, o Grande
Após a conquista da Pérsia por Alexandre, o Grande, este imperador fez da cidade de Babilônia sua capital, sendo depois capital dos Selêucidas, mas a cidade foi completamente destruída pelos partos anos mais tarde. Sobre suas ruínas foi construída a cidade de Ctensifon, capital da Pérsia Sassânida.


[editar] A Babilónia e os judeus
Na cultura hebraica e no cristianismo, a Babilônia se tornou um inimigo arquetípico do "povo de Deus". Várias referências à Babilônia ocorrem na Bíblia. A cidade de Babilônia é tida, biblicamente, como símbolo de soberba e idolatria, conforme relatado pelo apóstolo João no livro do Apocalipse do Novo Testamento.

Temos, hoje em muitos países, costumes e práticas que nasceram em Babilônia. Muitos costumes nativos dessa cidade inclusive influenciam várias religiões espalhadas pelo mundo como, por exemplo, a imortalidade da alma humana, o mediunismo (falar com os mortos), o uso de imagens na adoração, o uso de encantamentos mágicos para dominar ou expulsar demônios, um grande poder da classe sacerdotal e a utilização de deuses tríades.

O cardeal católico romano John Henry Newman, do século XIX, indicando origens não-cristãs de muitas das doutrinas, cerimônias e práticas disse, no seu Essay on the Development of Christian Doctrine (Ensaio sobre o Desenvolvimento da Doutrina Cristã): "O emprego de templos, e estes dedicados a certos santos, e enfeitados em ocasiões com ramos de árvores; incenso, lâmpadas e velas; ofertas votivas ao restabelecer-se de doenças; água benta; asilos; dias santos e estações, uso de calendários, bênção de campos, vestimentas sacerdotais, a tonsura, a aliança nos casamentos, o virar-se para o Oriente...".

[editar] Religião
Durante o seu segundo império, Marduk foi considerado o maior deus nacional. Porém em todos os períodos sempre se acreditou em milhares de demônios invisíveis que espalhavam o mal e cegavam os homens. Suas características gerais eram:
Politeísmo;
Desprezo pela vida além-túmulo;
Crença em gênios, demônios, heróis, adivinhações e magia.
Para eles, os gênios bons, ajudavam os deuses contra os malignos demônios, contra as enfermidades e a morte. Os seres mortais viviam a procura de saber a vontade dos deuses, manifestada em sonhos, eclipses e o movimento dos astros. E deram origem a astrologia.

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