29 de jan. de 2009

Historia da faixa de Gaza


A cidade de Gaza foi fundada aproximadamente no século V A.C. por piratas do Mediterrâneo que se auto nomearam Filisteus e chamaram a região de Filistéia. Após diversas invasões(tribos israelitas,babilónicos,pesas e assírios) finalmente caiu na mão dos macedónios e recebeu um pouco de cultura. Quando os romanos invadiram Israel,submeteram,também,a cidade de Gaza e região. Por muito tempo ficou em poder dos bizantinos e árabes,foi dominada pelos otomanos e,enfim,pela Inglaterra ao fim da Primeira Guerra Mundial.

Partilha de 1947


Durante centenas de anos, o Império Otomano dominou Gaza, até que o território - junto com o restante da Palestina - passou para o controle dos britânicos, com o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Durante a primeira Guerra árabe-israelense, que conduziu à criação do Estado de Israel, Gaza absorveu um quarto das centenas de milhares dos refugiados palestinos expulsos das áreas que hoje fazem parte de Israel.[1][2]
Guerra dos Seis Dias de 1967
Artigo Principal: Guerra dos Seis Dias
O território ficou sobre controle do Egito entre 1949 e 1967, exceto em um curto período, durante a crise do Canal de Suez, quando foi ocupado por Israel. Depois da Guerra dos Seis Dias, Israel passou a dominar a Cisjordânia, Jerusalém Oriental (ambos anteriormente controlados pela Jordânia) e a Faixa de Gaza. Em todos estes territórios, o governo israelense promoveu a construção de assentamentos de colonos judeus.

Acordos de Oslo de 1993
Artigo Principal: Acordos de Oslo
Após uma série de acordos assinados entre maio de 1994 e setembro de 1999, Israel se comprometeu a transferir para a Autoridade Nacional Palestina a responsabilidade pela segurança e pelos civis das áreas povoadas por palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o que não ocorreu. Os territórios povoados por palestinos foram "cercados" pelas colônias judias e os governos israelenses, tanto trabalhistas quanto likudistas, só fizeram aumentar o número dessas colônias, inviabilizando de fato a possibilidade de constituição de um Estado palestino. Isto levou ao fracasso nas negociações para determinar um status definitivo para os territórios palestinos, e o início da Segunda Intifada, em setembro de 2000, fez com que as forças israelenses reocupassem a maioria das áreas controladas pelos palestinos.[1]

Retirada Israelense de 2005
Ver artigo principal: Retirada Israelita da Faixa de Gaza
Em 2005, o então primeiro-ministro Ariel Sharon executou um plano de retirada de todos os 8 mil colonos israelenses da Faixa de Gaza, bem como as tropas que os protegiam. O plano também previa que Israel continuaria a controlar o espaço aéreo de Gaza, seu mar territorial e todos as passagens de fronteira.[3][4] Era o início do bloqueio israelense, impedindo a entrada de alimentos, combustíveis, água e medicamentos, colocando em risco a vida de toda a população palestina na Faixa de Gaza. Em setembro, a retirada israelense foi concluída.[1]
A situação na Faixa de Gaza começou a se deteriorar depois que o Hamas venceu as eleições legislativas palestinas, obtendo 76 das 132 cadeiras do Parlamento Palestino, em janeiro de 2006.[5] No entanto, as profundas divergências políticas entre o presidente Mahmoud Abbas da Autoridade Nacional Palestina, pertencente ao Fatah, e o primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, do Hamas, resultaram em violentos confrontos entre militantes das duas facções rivais na Faixa de Gaza, em 2006 e no início de 2007, com um grande número de mortos e feridos.[1][6]

Confrontos em 2006
Artigo Principal: Conflito na Faixa de Gaza de 2006
Em junho de 2006, as Forças de Defesa de Israel lançaram sua primeira grande operação militar contra a Faixa de Gaza, desde a retirada dos colonos judeus do território palestino. Chamada de Operação Chuvas de Verão, a ação de Israel visava a resgatar o soldado Gilad Shalit - capturado no dia 25 de junho daquele ano em uma operação conjunta do Hamas e dois outros grupos militantes, que entraram em Israel a partir da Faixa de Gaza. A captura detonaria uma grande ação militar israelense na Faixa de Gaza, que resultou nas mortes de mais de cem palestinos em quatro semanas,[7] além da detenção de 60 dirigentes do Hamas, entre eles vários ministros e dezenas de deputados.[8]
Em novembro, as forças israelenses lançaram uma nova e ampla ação militar, batizada como Operação Nuvens de Outono, desta vez atacando Beit Hanoun, ao norte da Faixa de Gaza. Os ataques deixaram 56 palestinos mortos, a metade deles civis, e mais 200 feridos.[8][9] Ainda naquele mês, após cinco meses de operações militares na Faixa de Gaza (com mais de 400 palestinos mortos), Israel concordou em realizar um cessar-fogo com o grupo Hamas, desde que este se compromete a não retornar a lançar foguetes contra o território israelense.[8]
Em abril de 2007, o exército israelense retomou os ataques à Faixa de Gaza, depois de centenas de foguetes palestinos disparados desde novembro do ano anterior. No dia 24 daquele mês, o braço armado do Hamas proclamou o fim da trégua com Israel.[8] Um mês antes, Abbas e Haniyeh concordaram em formar um governo de união nacional.[10]

Hamas expulsa Fatah de Gaza em 2007
Mas, pouco depois, em junho do mesmo ano, em meio a intensos conflitos entre militantes das duas facções, o Hamas acabou por assumir o controle da Faixa de Gaza, expulsando o Fatah, que continuou dominando a Cisjordânia.[11][12] [13] Com isso, o governo de Israel fechou seu posto de fronteira com a Faixa de Gaza, alegando que a Fatah não poderia mais garantir a segurança na região, e impôs um bloqueio ao território palestino, proibindo todas as exportações e permitindo, unicamente, limitada ajuda humanitária. O governo do Egito havia também fechado sua fronteira quando os combates mais intensos entre Fatah e Hamas tiveram início, em 7 de junho de 2007.
Daí em diante, o Fatah passou a receber os apoios de Israel, dos Estados Unidos e da União Européia, enquanto o Hamas era desconsiderado como interlocutor.[14]
Mas, além das disputas com o Fatah, depois de chegar ao governo palestino, o Hamas teve que enfrentar o boicote econômico internacional à Faixa de Gaza, principalmente por parte dos Estados Unidos e da União Européia, sob a alegação de que o partido não reconhece o Estado de Israel, não renuncia à violência e desconsidera os acordos firmados anteriormente por Israel e pela ANP.[15][1]
Os bloqueios israelenses têm dificultado enormemente a vida dos cerca de 1,5 milhão de moradores de Gaza, da mesma forma, que o boicote econômico do Ocidente está sufocando a economia local. Segundo dados oficiais palestinos, mais da metade dos habitantes da Faixa de Gaza vive abaixo da linha da pobreza, e pelo menos 45% da população ativa está desempregada. Mais da metade dessa população constitui-se de refugiados das guerras com Israel. A maioria dos moradores vive com menos de US$2 ao dia. O território tem uma das maiores densidades populacionais e das mais altas taxas de crescimento demográfico do mundo. [1][16]

Cessar-fogo Hamas-Israel de 2008
Em junho de 2008, representantes do Hamas e do governo israelense chegaram a um acordo de cessar-fogo na região, mediado pelo Egito,[17] com duração de seis meses, e que expirou no dia 19 de dezembro. O grupo palestino decidiu não renová-lo, por entender que Israel não havia cumprido o compromisso de suspender o bloqueio imposto à Faixa de Gaza.[18][19]
Operação Chumbo Fundido
Artigo Principal: Operação Chumbo Fundido
A partir do dia 27 de dezembro de 2008, as Forças de Defesa de Israel lançaram uma ofensiva militar no território palestino contra o Hamas. Inicialmente, a operação consistiu em ataques aéreos contra alvos palestinos na Faixa de Gaza.[20][21][22][23][24] Na noite do dia 3 de janeiro de 2009, teve início a ofensiva por terra, com tropas e tanques israelenses entrando no território palestino.[25]. Em meados de Janeiro de 2009, a ONU, pela voz de John Holmes estimava que os 22 dias decorridos desde o início do conflito já tinham feito 1314 mortos e cerca de 5320 feridos do lado palestino; os números de Israel saldavam-se com 4 mortos - 13 segundo o governo israelita - e 55 feridos

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