28 de ago. de 2008

Vulcões

Alguns alegam que as declarações da Sra. White a respeito da causa dos vulcões refletiam os mitos e pensamentos fantasiosos de antigas teorias. Os escritos dela contêm oito conceitos relevantes [1] que têm sido debatidos desde que apareceram pela primeira vez em 1864. [2]

A lista inclui: 1.) a formação de veios carboníferos acha-se relacionada com o Dilúvio; 2.) carvão produz óleo; 3.) a combustão de carvão e óleo acende fogos subterrâneos; 4.) a água adicionada aos fogos subterrâneos produz explosões e, por conseguinte, terremotos; 5.) terremoto e atividade vulcânica são produtos desses fogos subterrâneos; 6.) calcário e minério de ferro estão relacionados com veios carboníferos e depósitos de óleo em chamas; 7.) o ar é envolvido em intenso calor; 8.) os depósitos de carvão e óleo são encontrados depois que os fogos subterrâneos desaparecem. [3]

Muitas são as teorias que procuram explicar as causas dos vulcões e terremotos, bem como a formação de óleo e carvão. A maioria dos cientistas de física terrestre baseia suas idéias na placa tectônica. Nada nos comentários de Ellen White rejeita essa teoria. Além disso, nada em seus escritos declara que todos os vulcões são o produto da combustão de jazidas carboníferas ou que todos os terremotos são provocados por fogos subterrâneos. Quando ela relaciona terremotos e vulcões, alguém pensa imediatamente no "cinturão de fogo" do Oceano Pacífico e seu elevado potencial para desastres de ambas as modalidades.

Apesar disso, cientistas notáveis têm confirmado as observações de Ellen White. Otto Stutzer, em seu livro Geology of Coal, "documentou que "fogos subterrâneos" em veios carboníferos são acesos por combustão espontânea, trazendo como resultado o derretimento das rochas próximas que são classificadas como depósitos pseudovulcânicos" [4] Stutzer mencionou diversos exemplos dessa atividade, inclusive "uma montanha em chamas", um afloramento que "durou mais 150 anos" e "o calor de um veio carbonífero em chamas [que] foi usado para aquecer estufas naquela região, de 1837 a 1868." [5] Existe confirmação moderna para a ignição do carvão e do óleo com seu componente sulfúrico "visto ao redor de erupções de fontes termais, gêisers, fumarolas vulcânicas". [6]

Referências às rochas "que descansam sobre o carvão que sofreu considerável alteração por causa dos fogos, sendo solidificado e parcialmente derretido", estão correlacionadas com a declaração de Ellen White de que "rochas são aquecidas, queimada a pedra de cal e derretido o minério de ferro". [7] Outra pesquisa no Oeste dos Estados Unidos chegou a conclusões e linguagem muito semelhantes à dos escritos de Ellen White de um século anterior: "A rocha derretida se parece com escória de carvão queimado ou lava vulcânica". [8]

Uma última acusação tem sido a de que o minério de ferro derretido não é encontrado em ligação com depósitos de carvão e óleo ardentes. Contudo, um ensaio do United States Geological Survey registra a descoberta da hematita (um minério de ferro) que tem sido "formada de algum modo por intermédio do carvão em chamas". [9]

A sugestão de que Ellen White ficou em débito a fontes existentes para sua informação científica é sem mérito, porque parte desta verificação só veio a ser conhecida muitos anos depois da morte dela. Além disso, "é muito mais provável que ela tenha recorrido às idéias publicadas por criacionistas de sua época sobre o assunto, uma vez que os pontos de vista deles eram relíquias de especulações cosmológicas absurdas". [10]

Notas:

[1] Ver Warren H. Johns, "Ellen G. White and Subterranean Fires, Part 1," Ministry, agosto de 1977, pp. 9-12.

[2] Spiritual Gifts, vol. 3, pp. 79-80 (1864); ver também The Spirit of Prophecy, vol. 1, pp. 82 e 83 (1870); Signs of the Times, 13 de março de 1879; Patriarcas e Profetas, pp. 108 e 109 (1890); Manuscrito 21, 1902, citado em Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, pp. 946 e 947.

[3] Johns, "Ellen G. White and Subterranean Fires, Part 1," Ministry, agosto de 1977, p. 6.

[4] Otto Stutzer, Geology of Coal, traduzido por Adolph Noe (Chicago: University of Chicago Press, 1940), pp. 309 e 310, citado em Johns (Parte 1) ibid., p. 19.

[5] Johns, "Ellen G. White and Subterranean Fires, Parte 2," Ministry, outubro de 1977, p. 20.

[6] Ibidem. Ver também Thomas Gold, Profesor Emeritus of Astromomy at Cornell University, "Earthquakes, Gases, and Earthquake Prediction" (1994), no site:
www..people.cornell.edu/pages/tg21/Earthq.html.

[7] Stutzer, Geology of Coal, p. 310; Patriarcas e Profetas, p 108, citado em Johns, "Ellen G. White and Subterranean Fires, Part 2," Ministry, outubro de 1977, p. 20.

[8] E. E. Thurlow, "Western Coal," Mining Engineering, 26 (1974), pp. 30-33, citado em Johns (Parte 2) Ministry, outubro de 1977, p. 21.

[9] G. Sherburne Rogers, "Baked Shale and Slag Formed by the Burning of Coal Beds," U. S. Geological Survey Professional Paper, 108-A (1918), citado em Johns (Parte 2) Ministry, outubro de 1977, p. 21.

[10] Johns, "Ellen G. White and Subterranean Fires, Part 2," Ministry, outubro de 1977, p. 22.
"As minas de carvão da Alemanha tornaram-se uma autêntica mina de ouro num estudo das declarações científicas de Ellen White, indicando a mistura do divino com o humano dum modo singular". Ibidem p. 22.

[Adaptado do livro: Mensageira do Senhor: O ministério profético de Ellen G. White, por Herbert E. Douglass, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001), pp. 492 e 493].

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